sábado, 29 de novembro de 2008

MOACIR ARTE BRUTA
















Vai aqui a dica de um documentário muito bom do Walter Carvalho, Moacir Arte Bruta.
Moacir é um sujeito que deu um tratamento a sua loucura pela via da arte. O destaque que dou a esse documentário é a forma como ele mostra essa loucura do Moacir, sem psiquiatrizá-la, psicologizá-la.
Para quem se interessa por essa arte bruta, arte do inconsciente, esse documentário é muito interessante!!

Título Original: Moacir Arte Bruta
Gênero: Documentário
Tempo de Duração: 72 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2006
Estúdio: República Pureza / Kinofilm / Leblon 3
Distribuição: Riofilme
Direção: Walter Carvalho
Roteiro: Walter Carvalho
Produção: Marcello Maia, Eliane Soárez e Maria Clara Ferreira
Música: Léo Gandelman
Fotografia: Lula CarvalhoEdição: Pablo Ribeiro

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

oS Irmãos maRx



Os Irmãos Marx foi um dos grupos cômicos mais relevantes do século XX.
Eram eles: Chico, Zeppo, Groucho, Harpo e Gummo.

Nascidos de uma família judia de nova York, os Irmãos Marx introduziram o humor malicioso nos números cômicos. A família vivia dos shows valdeville, num tempo em que o cinema ainda não havia. Depois veio a Broadway e o sucesso e por fim o cinema. Em Hollywood lançaram filmes verdadeiramente hilariantes! Com a saída de Zeppo, que antes havia substituído Gummo que fora pra guerra, o trio se consagrou e hoje os Irmãos Marx são modelo para quem deseja seguir a carreira artística da comédia. Zeppo preferiu ficar na produção dos filmes.

Dentre os filmes dos Irmãos Marx destacam-se:

No Hotel da Fuzarca
Os Quatro Batutas
Os Galhofeiros
Diabo a Quatro
Esses são da época da Paramount Pictures, considerados mais livres e anárquicos.

Na MGM, Metro Goldwyn Mayer, os filmes ficaram mais comportados, obedecendo a roteiros e mais leves.
São dessa época:

Uma noite na Ópera
Um Noite em Casablanca
A Grande Loja

Seu humor malicioso e escrachado despertou grande interesse do público, consta na lista de fãs célebres dos irmãos Marx nada menos que: Salvador Dali, Woddy Allen, Carmem Miranda e, segundo Cesarotto, “nem Lacan ficava sério” e via neles até um paralelismo didático para suas três letrinhas R S I.
Harpo seria o real, mudo, sem limites, totalmente fora da ordem.
Chico seria o imaginário, o eu, calculista.
Groucho seria o simbólico, bom nas palavras e nos trocadilhos.

O filósofo e também psicanalista Slavoj Zizek, em seu documentário O Guia Pervertido do Cinema, muito bom por sinal, também propõe um paralelismo entre esses tão hilários personagens e o inconsciente.
Para Zizek, Groucho, o mais popular, representaria o Superego com sua “nervosa hiperatividade”. Chico, o racional seria o Ego, o egoísta e Harpo, o mais misterioso, segundo Zizek, representaria o Id com suas ambigüidades, infantil, inocente mas também “possuído por uma espécie de mal primordial”, Harpo é agressivo, mistura de “corrupção absoluta e inocência”, o que segundo Zizek expressa bem o funcionamento do Id.
Eu to indo agora ver Uma Noite em Casablanca vamos???

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

PRIMAVERA

FOTOGRAFIA: FRANCISCO DE ASSIS XAVIER NETO 17.11.2008

domingo, 16 de novembro de 2008

LADEIRA DA PREGUIÇA





Elis Regina
Composição:Gilberto Gil

Essa ladeira, que ladeira é essa?
Essa é a ladeira da preguiça
Essa ladeira, que ladeira é essa?
Essa é a ladeira da preguiça
Preguiça que eu tive sempre
De escrever para a família
E de mandar conta pra casa
Que esse mundo é uma maravilha
E pra saber se a menina
Já conta as estrelas e sabe a segunda cartilha
E pra saber se o menino
Já canta cantigas e já não bota mais a mão na baguilha
E pra falar do mundo falo uma besteira
Fomenteira é uma ilha
Onde se chega de barco, mãe
Que nem lá, na ilha do medo
Que nem lá, na ilha do frade
Que nem lá, na ilha de maré
Que nem lá, salina das margaridas
Essa ladeira, que ladeira é essa?
Essa é a ladeira da preguiça
Ela é de hoje

Ela é desde quando
Se amarrava cachorro com linguiça



quarta-feira, 12 de novembro de 2008

PATER





PATER NOSTER


Jacques Prévert

Notre Père qui êtes aux cieux
Restez-y
Et nous nous resterons sur la terre
Qui est quelquefois si jolie
Avec ses mystères de New York
Et puis ses mystères de Paris
Qui valent bien celui de la Trinité
Avec son petit canal de l'Ourcq
Sa grande muraille de Chine
Sa rivière de Morlaix
Ses bêtises de Cambrai
Avec son océan Pacifique
Et ses deux bassins aux Tuileries
Avec ses bons enfants et ses mauvais sujets
Avec toutes les merveilles du monde
Qui sont làSimplement sur la terre
Offertes à tout le monde
Éparpillées
Émerveillées elles-mêmes d'être de telles merveilles
Et qui n'osent se l'avouer
Comme une jolie fille nue qui n'ose se montrer
Avec les épouvantables malheurs du monde
Qui sont légion
Avec leurs légionnaires
Avec leurs tortionnaires
Avec les maîtres de ce monde
Les maîtres avec leurs prêtres leurs traîtres et leurs reîtres
Avec les saisons
Avec les années
Avec les jolies filles et avec les vieux cons
Avec la paille de la misère pourrissant dans l'acier des canons.


LOUIS WAIN











Louis Wain (1860-1939) foi um artista inglês que ficou conhecido por suas pinturas e ilustrações de gatos em situações humanas, . desde jovem, costumava pintar retratos de gatos para calendários, albuns, cartões-postais. Em 1886 seus desenhos começaram a ser publicados no Illustrated London News tornando-o bastante popular. No fim da vida Wain foi internado num sanatório com diagnóstico de esquizofrenia, passou a obter ajuda do governo pra poder sobreviver. Wain nunca deixou de desenhar.
É muito interessante os desenhos dele nesse “período” de loucura, os gatos, que antes eram desenhados nas mais diversas situações humanas, jogando golf, passeando, tomando banho, pasaram a ter uma forma ameaçadora, verdadeiras alucinações, olhos assustadores, pêlos eriçados, cores muito fortes e variadas, o que antes parecia humor, agora parecia mais algo alucinatório, assustador.
Louis Wain morreu em 1939.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

UNE PARTIE DE CAMPAGNE

“Ela teve uma revolta furiosa e, para evitá-lo, arrojou-se de costas; mas ele lançou-se sobre seu corpo, cobrindo-a completamente. Por muito tempo ele perseguiu aquela boca que o evitava, até encontrá-la e juntá-la à sua. Então, tomada de um enorme desejo, ela lhe entregou seu beijo, estreitando-se junto ao peito, e toda a sua resistência cedeu como que esmagada por um peso excessivo”

Guy de Maupasant.

Essa cena belíssima foi realizada no cinema por Sylvia Bataille em 1936 no filme Une Partie de Campagne de Jean Renoir baseado na novela de Maupassant.

Sylvia se tornaria mais tarde esposa de Jacques Lacan.

domingo, 9 de novembro de 2008

POUR TOI MON AMOUR (MEU BEM)

PARA TI MEU AMOR
Fui ao mercado dos passarinhos
E comprei passarinhos
Para ti
Meu amor
Fui ao mercado das flores
E comprei flores
Para ti
meu amor
Fui ao mercado das ferragens
E comprei correntes
Para ti
meu amor
E depois fui ao mercado dos escravos
E procurei-te
Mas não te encontrei
meu amor


Jacques Prevert

TORI AMOS

OCTÁVIO IGNÁCIO

Octávio Ignácio nasceu em 1916 em Minas Gerais. Sua primeira internação ocorreu em 1950. Seguiram-se onze reinternações. Passou, então, a freqüentar o ateliê de pintura do Museu de Imagens do Inconsciente em regime de externato, a partir de 1966. Depois que começou com atividades de desenho e pintura houve uma única internação. Morreu em 1980.

A questão sexual sempre se mostrou problemática para Octávio, vivenciada de forma muito penosa por ele. Em vários desenhos é possível notar figuras onde traços masculinos e femininos se misturam.
A série dos cavalos alados demonstra bem os efeitos apaziguadores da pintura para Octávio. Quando começou a freqüentar o atelier de Engenho de Dentro, ele aparecia maquiado e usava objetos femininos. Quando passou a realizar a série dos cavalos, Octávio deixou de se travestir.
Uma outra série bastante interessante é a dos pássaros, Octávio não suportava os bem-te-vis, dizia que eles o acusavam de homossexual, chegando a carregar uma atiradeira para matá-los. Com a pintura, Octávio pôde se munir de uma outra forma para deter esse Outro que o injuriava, o pincel passou a ter uma função de atiradeira e, assim, barrar esse “olhar sonoro” do outro que o visava como homossexual. A pintura alcança esse efeito nos sujeitos psicóticos, servindo de pasto para o olhar faminto do Outro que visa o sujeito; trazendo um apaziguamento do sofrimento subjetivo e uma reordenação de sua realidade psíquica.









sábado, 8 de novembro de 2008

BENTÓVIA



Desenhos de Octávio Ignácio

“Octávio não gostava de bem-te-vi. Esse pássaro, repetindo ‘bem te vi, bem te vi’, parecia estar denunciando, espionando seus mais secretos impulsos instintivos. Queria matar o bem-te-vi. Fazia atiradeiras para exterminar todos os bem-te-vis.
Um dia, o artista plástico José Paixão foi ao atelier de Engenho de Dentro e registrou o seguinte fato: ‘Octávio apontou o quadro negro. Escrevera a palavra Varsóvia e mais abaixo, Bentóvia. Depois mostrou na cadeira o pássaro bem-te-vi cercado por uma tira de câmara de pneu. Perguntei: “está morto?’ Octávio confirmou com a cabeça , e disse:
- Eu ia passando com desejo de caçar com atiradeira. Ouvi um guincho e o bem-te-vi caiu nos meus pés.
- Por que Varsóvia e Bentóvia?
- Varsóvia foi fundada por caçadores. Bentóvia é uma cidade de pássaros e viveiros.
Octávio então constrói o mito de Varsóvia e Bentóvia. Em Varsóvia existiam dois povos: os caçadores possuidores de espingardas, e outros, donos de pólvora. Eles se reuniam para invadir Bentóvia, mas foram impedidos pelos gruinchos do bem-te-vi. Então fizeram uma aposta: aquele que encher um litro com palavras terá o direito de matar o pássaro. Os dois encheram o seu litro e empataram. E assim foram salvos: Bentóvia da invasão e o bem-te-vi da morte’’
Nise da Silveira, O mundo das Imagens

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Les feuilles mortes

Estava eu aqui a procurar coisas sobre o UBU ROI, PÈRE UBU...peça de Alfred Jarry e me deparo com a PATAFISIQUE ou PATAFÍSICA, uma ciência para soluções imaginárias criada por Jarry. No grupo que compunha os PATAFÍSICOS encontrei Jacques Prevert, poeta francês, que eu já conhecia do Surrealismo...mas o que me deixou emocionado foi descobrir que a letra da canção Les Meuilles Mortes era de Prevert. Gravada por muitos, Les Feuilles Mortes se imortalizou na voz de Yves Montand, sem dúvida uma bela canção numa belísima voz!



Musica:Joseph Kosma
Letra: Jacques Prevert
Interpretado pela primeira vez por Yves Montand.

"C’est une chanson, qui nous ressemble
Toi tu m’aimais et je t’aimais
"

" É o mundo das palavras que cria o mundo das coisas" (JACQUES LACAN)

FOTOGRAFIAS: FRANCISCO DE ASSIS XAVIER NETO

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

NO MUNDO DA ARTE BRUTA


EPIFANIAR, juntamente com ANALYTICON ARTEBLOG, esse mês faz uma homenagem à arte bruta, à arte virgem...
O termo Art Brut foi inventado por Jean Dubuffet, em 1945, para designar a arte marginal, a arte dos internos dos hospitais psiquiátricos e de diversos sujeitos à beira da sociedade, estorvos do sistema. Para Dubuffet: “as obras executadas por pessoas alheias à cultura artística, para as quais o mimetismo contrariamente ao que ocorre com os intelectuais desempenha um papel menor, de modo que seus autores tiram tudo (temas, escolha de materiais, meios de transposição, ritmo, modos de escrita etc.) de suas próprias fontes e não dos decalques da arte clássica ou da arte da moda. Assistimos à operação pura, bruta, reinventada em todas as fases por seu autor, a partir exclusivamente de seus próprios impulsos".
No Brasil Mário Pedrosa, famoso crítico de arte, chamou de arte virgem às produções existentes no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, espaço criado por Nise da Silveira para acolher as obras dos internos de Engenho de Dentro.
Nise da Silveira foi uma notável psiquiatra que ousou, na década de 40, ir contra um padrão estabelecido de tratamento dos doentes mentais, baseado no excesso de medicação, eletro-choques, choque insulínico e lobotomias. Radicalmente contrária a essas formas desumanas de tratamento, Nise preferiu apostar num tratamento digno, mais humano para os pacientes psiquiátricos. Deu-lhes tinta e papel e um espaço de livre criação para ali produzirem algo, não para o mercado ou que obedecesse a uma regra ou estilo, mas para que ali fosse possível surgir uma forma de tratar, de dar contorno àquele sofrimento. E assim criou , em 1952, o Museu de Imagens do Inconsciente, lugar de acolhida e de estudos para essas criações originais. O Museu conta hoje com um enorme acervo, mais de 300 mil obras; sem dúvida, o maior acervo de Arte Virgem da América Latina!
É homenageando a Drª Nise da Silveira que começaremos uma série de postagens sobre esses artistas tão originais! Bem vindos ao mundo das imagens do inconsciente.

ANTES DA CRIAÇÃO

FOTOGRAFIA: FRANCISCO DE ASIS XAVIER NETO

domingo, 2 de novembro de 2008

Rio, Pai


Inicio as minhas indicações de filmes com esse, que pra mim, foi surpreendente.

Um filme inesquecível

Direção: Majid Majidi
Elenco: Mohsen ramezani , Hossein Mahjub , Salime Felzi 90 min.
Irã- 1990.