domingo, 8 de novembro de 2009

CINEMA COMENTADO

Esse final de semana o Cinema Comentado exibiu lindos filmes, Hiroshima Mon Amour, com roteiro de Margueritte Duras, um filme belo, literário eu diria e exibiu também o maravilhoso Clube da Lua, um filme apaixonante, com destaque para a bela trilha sonora, em especial a música "Siga el baile" na voz de Alberto Castillo! Perfeito!

HIROSHIMA, MEU AMOR (1959), destaque da sessão de sábado (07/11), é um dos mais aclamados filmes da história do cinema. Neste seu primeiro trabalho de ficção, o documentarista Alain Resnais criou uma elaborada narrativa cinematográfica para contar a história de uma atriz francesa que está em Hiroshima para participar de uma produção sobre a paz. Durante as filmagens, acaba se envolvendo com um arquiteto japonês, que sobreviveu ao bombardeio. O encontro dos personagens é marcado pelas lembranças do passado e os acontecimentos do presente.
O roteiro de Marguerite Duras (seguidora do “noveau roman” e futura cineasta) constrói uma história pessoal, romântica e precisa para a direção inovadora de Resnais – que mistura muito bem literatura e cinema. Esteticamente, HIROSHIMA, MEU AMOR abandona o uso tradicional do flashback aos abordar passado e presente fugindo do realismo do cinema clássico – em síntese, elabora um refinado exercício sobre tempo, memória e esquecimento.
Para o crítico Luiz Carlos Merten, “o filme continua maravilhoso pelos diálogos literários, pela beleza da fotografia, da música, pela mágica dos atores (Emmanuelle Riva e Eiji Okada), mas principalmente pela história de amor”. Classificação etária: 12 anos.
O Cinema Comentado Cineclube acontece todo sábado, a partir das 19h, na sala 44 do Sesc – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.

O diretor argentino Juan José Campanella (autor de “O Filho da Noiva”) é um cineasta único: seus filmes divertem e comovem com simplicidade e criatividade. Em CLUBE DA LUA (2004), ele volta ao passado focalizando os dias de glória de um clube de dança de Buenos Aires, na década de 1940. Porém, em 1990, a crise financeira fez com que essas agremiações começassem a fechar suas portas. Ameaçado pela falta de clientes, o Avellaneda enfrenta a decadência. À beira da falência, os descendentes de seus fundadores se unem para evitar o pior: a transformação do clube em um cassino.
Mais que um acerto de contas com o passado, CLUBE DA LUA, escancaradamente nostálgico, é uma arma anti-cinismo frente às dificuldades econômicas da classe média. Campanella constrói o filme com elementos precisos: Ricardo Darín puxando o elenco e uma constelação de excelentes atores; humor delicado e inteligente; e uma reflexão sobre como a geração dos anos 60, que lutou contra a ditadura, conseguiu produzir uma ruína política tão grande na Argentina.
O fiapo de história é pretexto para o diretor e sua equipe de roteiristas mostrarem, com humor agridoce, a situação de trabalhadores sem dinheiro e sem esperança, o que, inevitavelmente, “complica” a vida pessoal de todos. Numa das cenas, a mulher pede ao marido que olhe para os seus seios como vinte anos atrás. “Mas naquela época você insistia que eu olhasse os seus olhos”, defende-se o marido, já com problemas sexuais causados pela crise.
CLUBE DA LUA é um trabalho de grandes momentos: a Argentina continua com um cinema mais forte que o brasileiro ao retratar sua classe média sem estereótipos e ao fazer revisão história sem tomar partido de nenhum aspecto (seja direita ou esquerda) do cenário político. Classificação etária: 14 anos.
O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h (novo horário). O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.


Siga el baile
Música: Edgardo Donato / Carlos WarrenLetra: Carlos Warren
Siga el baile, siga el baile
de la tierra en que nací;
la comparsa de los negros
al compás del tamboril.
Siga el baile, siga el baile
con ardiente frenesí;
un rumor de corazones
encendió el ritmo febril.
Ven a bailar,
te llevaré en las alas
de mi loca fantasía,
quiero olvidar
con besos nuestras penas,
torbellino de alegría.
Siga el baile, siga el baile
de la tierra en que nací;
la comparsa de los negros
al compás del tamboril.
Siga el baile, siga el baile
con ardiente frenesí;
un rumor de corazones
encendió el ritmo febril.
Dulce cantar,
caricia arrulladora,
embriagante, tentadora,
son musical
repica ya en los parches
con su ritmo tropical.
Siga el baile, siga el baile
de la tierra en que nací;
la comparsa de los negros
al compás del tamboril.
Al compás del tamboril,
¡hopa,hopa!
al compás del tamboril,
¡hopa, hopa!,
al compás del tamboril...

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