ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO (1989/1992), documentário consagrado internacionalmente como um dos melhores estudos já feitos sobre o nazismo no cinema. O filme de Peter Cohen lembra que chamar Hitler de artista medíocre não elimina os estragos provocados pela sua estratégia de conquista universal. O veio artístico do “arquiteto da destruição” tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. O nazismo tinha como um dos seus princípios fundamentais a missão de embelezar o mundo. Nem que, para tanto, destruísse todo o mundo.
ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO destaca a importância da arte na propaganda, que por sua vez teve papel fundamental no desenvolvimento do nazismo em toda a Alemanha. Para os nazistas, as obras modernas distorciam o valor humano e, na verdade, representavam as deformações genéticas existentes na sociedade; em oposição defendiam o ideal de beleza como sinônimo de saúde e, consequentemente, com a eliminação de todas as doenças que pudessem deformar o "corpo" do povo. O filme dedica, ainda, um bom tempo à perseguição e eliminação dos judeus como parte do processo de purificação, não só da raça, mas de toda a cultura, mostrando o processo de extermínio.
ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO perturba ao revelar a apropriação ideológica e política da arte como instrumento de convencimento e manipulação do indivíduo: um filme profundamente atual e verdadeiro. Classificação etária: 14 anos.
AMÉM (2001), produção do diretor Costa-Gavras. Durante a 2ª Guerra Mundial, um oficial da SS, desenvolve um produto para tornar mais eficiente a limpeza de tanques. Seu produto, porém, é utilizado para matar os judeus nos campos de concentração. Horrorizado, ele procura o jovem padre Ricardo Fontana que, sendo de família influente, poderia solicitar a interferência do Papa Pio XII para impedir o genocídio dos judeus. A trama acompanha a saga desses personagens: um movido pela culpa, outro pela consciência; e toda a intensa luta para salvar milhões de judeus. Ao mesmo tempo, o filme recupera uma polêmica que persegue a igreja católica até hoje: Qual o seu papel na 2ª Guerra? É possível ser cristão e nazista?
Sem evitar os dilemas políticos e éticos, Costa-Gravas nos mostra que o humano é muito mais do que parece ser, e que os acontecimentos de uma guerra deixam as pessoas cegas para aquilo que não querem ver. O diretor apresenta os “bastidores” do conflito e forma sua versão sobre a guerra, na qual Igreja, EUA e demais aliados estavam pouco se importando com o possível massacre de judeus no interior alemão. Com ritmo preciso e trilha sonora envolvente, AMÉM é um bom sinal de que o cinema europeu continua produzindo obras com forte conteúdo crítico: é um filme intenso, provocante, histórico e que discute corajosamente a relação polêmica entre o Vaticano e o III Reich. Classificação etária: 14 anos.
O Cinema Comentado Cineclube acontece todo sábado, a partir das 19h, na sala 44 do Sesc – Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). A entrada é gratuita e há sempre um bate-papo após as exibições.
O CineSesc acontece em parceria com o Cinema Comentado Cineclube e a Programadora Brasil, apresentando sessões todos os domingos, no Salão de Convenções do Sesc-Pousada Montes Claros, a partir das 19h (novo horário). O endereço do Salão é Rua Viúva Francisco Ribeiro 199 (Ginásio do Sesc). As sessões são gratuitas, abertas a todos os interessados, e depois acontece um bate-papo com a platéia sobre o filme apresentado.
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