sábado, 25 de junho de 2011

CAFÉ COM LYGIA



"O silêncio. Era como se estivesse alí à espera não alguns minutos mas alguns anos. Muitos anos. A duração de uma vida"
O Noivo.


"- De manhã esse rio é quente."
Natal na Barca.


"- Ah Raquel, olha um pouco para esta tarde! Deprimente por quê. Não sei onde foi que eu li, a beleza não está nem na luz da manhã nem na sobra da noite, está no crepúsculo, nesse meio-tom, nessa ambiguidade. Estou-lhe dando um crepúsculo numa bandeja e você se queixa."
Venha ver o por-do-sol.


"- Um caixote de ossos?"
As formigas


"Danilea é assim como um jardim selvagem."
O jardim Selvagem.


"Biruta sentou-se muito atento, inclinando interrogativamente a cabeça ora para a direita, ora para a esquerda, como se quisesse apreender melhor as palavras do seu dono. A orelha caída ergueu-se um pouco, enquanto a outra empinou, aguda e reta. Entre elas, formaram-se dois vincos, próprios de uma testa franzida no esforço da meditação."
Biruta.



"- Parece que estou num forno - gemeu a jovem, dilatando as narinas porejadas de suor. - Se soubesse, teria inventado uma fantasia mais leve."
Antes do baile verde.


" Sentou-se num tamborete, fincou os cotovelos nos joelhos, apoiou o queixo nas mãos e ficou olhando para a mãe."
O menino.


Venha ver o pôr-do-sol e outros contos
Lygia Fagundes Telles

Fotografia: Francisco de Cssis Xavier Neto. Final do Outono de 2011.

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